domingo, 5 de fevereiro de 2012

LC: O morro dos ventos uivantes – Emily Brontë


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O acréscimo de O Morro dos Ventos Uivantes à minha lista de livros desejados não tinha outra razão que não a sua fama. Depois de tanto ouvir falar do amor desesperado, de Catherine e Heathcliff, do clássico livro, minha ansiedade pela leitura nasceu só para me decepcionar logo de início.
Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que, em nenhum momento, falo da escritora em si. Apesar do desgosto pelo livro, soube apreciar bem as descrições de Emily Brontë e sua escrita impecável. O livro não me prendeu muito no começo, mas se tivesse dedicado mais tempo à ele, tenho certeza que teria lido bem mais rápido.
Vamos, então, ao que interessa.
Terminei-o há pouco mais de duas horas, mas ainda estou me perguntando de onde alguém tirou a ideia de que esse livro é uma história de amor. Todas as frases expeliam ódio, vingança e outras centenas de sentimentos totalmente contrários ao amor. Aliás, para mim, o que Catherine e Heathcliff sentiam um pelo outro não podia ser chamado disso. Era uma obsessão esquisita e desesperada. 
Não é à toa que a Bella se identificava tanto com o livro.
Mas isso foi um dos pormenores. O livro já me desencantou no começo, ao perceber, que era contado por alguém de fora. Não por um narrador oculto, nem em primeiro pessoa, mas por alguém que nem sequer estava lá quando tudo aconteceu. Achei estranho, mas prossegui. Veio, então, outra surpresa: Heathcliff não era só grosseiro. Ele era grosseiro, mesquinho, estúpido, odioso e sem escrúpulos. Mesmo com toda a sua história, nada justificava seu jeito de ser. E, daí, o motivo que quase me fez desistir de seguir em frente com a leitura: o livro, que começa 
praticamente
 contado do final, antes mesmo da história verdadeira ser narrada, já fala da morte de um dos personagens mais importantes.
Sou persistente e, mesmo com todos os motivos para voltar atrás, continuei. Estava já confusa com a quantidade de informações sem explicação, mas comecei a entender quando a Sra. Dean, governanta da Granja dos Tordos, onde o Sr. Lockwood, inquilino da casa de propriedade do Sr. Heathcliff e narrador principal, começa a contar a história dos Earnshaw, Linton e do Heathcliff desde o início, já que cresceu com eles e esteve presente durante todo o enredo.
A história, então, volta para a infância de Catherine Earnshaw e seu irmão, Hindley, no Morro dos Ventos Uivantes, quando o pai dos dois aparece em casa com um menino sem nome nem precedentes, a quem passa a chamar de Heathcliff. O garoto se torna o favorito do Sr. Earnshaw e ganha a afeição de Catherine, uma menina teimosa e indisciplinada, e o ciúmes de Hindley.
O irmão da menina evitava maltratar Heathcliff devido à adoração de seu pai por ele, mas quando o senhor da casa falece e Hindley torna-se o patrão, o cigano vira criado e sofre nas mãos do mais velho dos Earnshaw. Mesmo assim, não perde a amizade de Catherine, por quem é apaixonado, até que ela passa algum tempo na casa dos Linton e recebe a atenção dos irmãos Edgar e Isabella.
Edgar se apaixona por Catherine, que mudou completamente após a hospedagem na casa da Granja dos Tordos. Agora comporta-se como uma mulher educada e está sempre na companhia dos Linton, fazendo crescer em Heathcliff um ciúmes descomunal.
O enredo é grande e, como eu disse antes, não parece nem um pouco um romance romântico. Você tem um pouco de Catherine e Heathcliff, mas após crescerem, todos eles se casam, um por um, e a história volta-se um pouco para os descendentes.
Apesar de todo a ruindade de Heathcliff, o que me deixa perplexa mesmo é o comportamento de Catherine Earnshaw. Egoísta e egocêntrica, a garota não me dá nenhum motivo para gostar de seu personagem do começo ao fim da história. Até mesmo Hindley muda meu pensamento, de quem, no final, chego a sentir pena. Os Linton me irritaram bastante com sua fraqueza e seu jeito mimados, mas se redimiram ao fim da história, me fazendo até gostar deles.
Então, veio a “segunda geração”. E admito que senti pena de maior parte deles. Não gostava nenhum pouco de Linton Heathcliff, mas pude entender o que o tornou tão chorão e amargo. Catherine Linton era outra mimada e chatinha, mas não posso dizer que não gostava dela.
O único personagem que, estranhamente, gostei do princípio ao fim (excetuando-se a Sra. Dean) foi Hareton Earnshaw, filho do Hindley. Ele era desbocado e rude, a imagem perfeita de Heathcliff, que o influenciou desde sua infância, mas não conseguia deixar de acreditar que ele mudaria.
Apesar da boa escrita, certa criatividade e ótimas descrições de Emily Brontë, acredito que O Morro dos Ventos Uivantes, para mim, foi uma perda de tempo. Chegando à metade da história, quase corri para terminar, porque chegava a não me sentir bem enquanto lia, tamanha era a agonia que senti com o sofrimento e ódio descritos no livro.
Minha nota: 7

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