Discussões e mar.

"Pensei que amasse todas as minhas manias. Mas parece-me que amor já não é mais suficiente para ti."

O sorriso do tormento

"As lembranças vieram em flashes, relembrando-me da minha dor – necessidade, angústia e aflição. Era um mar de desilusão."

Entre sonhos e realidade

"Tornara-me uma viciada, dependendo de cada mínima parte daquele ser irresistivelmente desejável."

Nessa linha tênue entre sonhos e realidade

"Ah! Que vontade de sonhos, de sorrisos, de ser feliz. Que vontade de uma nova realidade..."

E de sobremesa: feminismo

"Tudo parecia caminhar para o fim de encontro ideal. E, então, eles pediram a conta."

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PS: "Sometimes I think I was born backwards..."



É triste perceber que minhas metas não são meus sonhos e que minhas realizações não são meus desejos. Quando foi mesmo que a sociedade começou ditar minhas opiniões? Quando foi que eu parei de impor minhas vontades e fazer o que eu realmente quero, não o que esperam que eu faça? Eu não saberia dizer... Chega a ser até irônico, porque a ameaça implícita é a de que, se você não seguir a regra, a sociedade vai te marginalizar. Mas se você seguir, ela vai te padronizar. De um jeito ou de outro, o resultado é o mesmo: lutar contra o sistema, significa se isolar da sociedade; deixá-lo te guiar, é viver em uma sociedade de solitários.
O pior de tudo é que, na minha cabeça, eu sei que sou diferente, porque eu quero aprender, eu quero criticar, eu quero opinar, eu quero fugir, eu quero mesmo que a sociedade se exploda com seus vinte iPhones e Eike futilidades... Mas a pressão é tão grande que eu me auto-rotulo ao pensar diferente. Critico-me por não querer o mesmo que os outros; não foi assim, afinal - desse jeito e ponto final -, que sempre me disseram que tinha que ser? Então por que eu quero tanto sair da linha de montagem e fugir dessa fábrica de descerebrados? Por que eu quero viver por aí, agir à minha maneira, seguindo apenas minhas próprias regras; ser livre pra fazer o que eu amo, longe das críticas irracionais; e, acima de tudo, lutar para libertar quem eu puder dos olhos do Grande Irmão?
Vai ver a minha venda estava frouxa e o vislumbre que eu tive do mundo lá fora me encantou. Ou vai ver todos estes livros (meus amores!), me despertaram: o Harry da querida Joanne me deu um cutucão, daí o senhor Shakespeare me gritou seu Sonho de Uma Noite de Verão antes que minha Jane viesse conversar sobre Orgulho e Preconceito; então o Sem-Pernas do seu Amado me puxou pelo braço para eu ir com o Peter pra Nárnia. Ou vai ver eu vim mesmo é com defeito de fábrica. O que importa, afinal, é que eu acabei aqui neste Limbo e tô com muito medo de tomar uma decisão: Realidade ou Ilusão?

domingo, 1 de julho de 2012

CH: Eremita



Ouvia o chilro dos pássaros e o bater de suas asas. Se fechasse os olhos e prendesse a respiração, conseguiria até mesmo descrever suas ações – o balançar de suas cabeças, o contato entre dois ou mais. Entretanto, quando abria os olhos e procurava-os com o olhar, só encontrava o nada. Vez ou outra a traseira de um deles revelava seu esconderijo. Assim que se percebiam achados, no entanto, voavam para longe, rápido o suficiente para que ela os perdesse de vista – como se fugissem de uma assombração.
Não era assombração alguma. Era apenas Rafaela (era pior, ela acreditava).
A mulher compreendia que não era sua presença que afugentava os seres daquele ambiente tão tranquilo. Era a sua aura, a nuvem negra que carregava acima de sua cabeça. Guardava dentro de si uma espécie de melancolia, da qual tentava desgarrar-se, mas parecia prender-se cada vez mais em seu corpo, como um carrapato extremamente inconveniente.
Não queria ser assim – ou viver assim. Queria livrar-se do sofrimento que havia seu peito e deixar as apreensões de lado para viver sua vida em paz, sem se preocupar diariamente com o futuro e com as possibilidades (e livrar-se da esperança que crescia como fermento, aumentava sua expectativa e puxava seu tapete com força quando sua querida companheira, a frustração, resolvia dar as caras). Havia momentos em que ela quase chegava a sentir como era essa liberdade que tanto almejava: quando saía para a faculdade ou para o trabalho, por exemplo, onde encontrava seus colegas; ela distraí-se, abstraía tudo o que rondava seus pensamentos, e permitia-se sorrir por instantes com as brincadeiras e conversas banais. Era preciso apenas distanciar-se por um momento das outras pessoas para que a dor a atingisse com tal força que se tornava quase impossível chegar a sua casa antes de afogar-se em lágrimas.
Rafaela ergueu-se do chão, saindo debaixo da sombra da árvore em que se refugiara, e deu alguns passos à frente. Parou no centro da clareira e olhou para o céu somente para sentir a ardência provocada pela luz do sol, forte, que pairava no ponto mais alto daquela imensidão azul. O dia era bonito, contrastando com o clima acinzentado dentro de si.
Gritou de supetão. Um grito tão forte que afugentou novamente os pássaros de seu habitat. Um grito tão longo que, quando terminou, ainda ecoou por alguns segundos. Um grito tão doloroso que fez várias folhas verdes se despenderem das árvores. Um grito tão intenso que lhe sugou as forças. Tombou em seguida, de fraqueza, no campo gramado. Não chorou, ou contorceu-se de dor. Expulsara todos os seus sentimentos com o berro agourento de segundos antes. Apenas observou o céu, desejando ficar ali para sempre, sem precisar levantar-se e encarar novamente aquela semivida que levava.
Os segundos arrastaram-se com dificuldade. Ela mesma sentia-se sem força para fazer qualquer movimento. Considerou ficar ali até a escuridão engoli-la por inteiro; deixar-se-ia à mercê da vida noturna da floresta, correndo até o risco de ser devorada no sentido muito além do figurado. Perguntou-se se alguém a procuraria. Preocupar-se-iam com seu sumiço? Sentiriam sua falta?
As perguntas sem resposta acumularam-se em seu peito e mente. A dúvida correu por seu corpo, corroeu suas entranhas.
Pagaria pra ver.
Então ficou.
E ficou...

domingo, 13 de maio de 2012

CH: Funeral




Hoje eu tomei uma decisão muito importante. Eu sei que, à primeira vista, ela pode parecer precipitada ou impulsiva, quiçá imatura, mas não se preocupe, meu bem, é algo em que venho pensando há muito tempo. A decisão, inclusive, foi feita há tempos – porém, só agora tomei coragem para pô-la em prática.
Veja bem, estou aqui agora, estática, frente a esta pequena cova que cavei em meu próprio quintal e sinto que a ação tomada já começa a surtir efeito. Não sinto dor nem sofro como provavelmente o faria algum tempo atrás. Bem, acho que estou mentindo. Sinto muito, mas a dor é grande demais para explicá-la. Além do mais, mentir faz parte do processo e isso, alegro-me em dizer, foi algo para o qual não precisei me esforçar (mentir tem sido uma ação frequente para mim, especialmente quando questionada sobre meu estado).
De qualquer maneira, cá estou encarando meu trabalho braçal e perguntando-me se não devia ter ido mais longe, quem sabe para outro estado, para que os resquícios dessa loucura mantivessem-se afastados, impedindo-me de uma recaída. A verdade, porém, é que não pude. Não consegui, não pude, não questione! Ele ainda estava aqui quando a coragem me tocou e lutou – muito! – por sua sobrevivência. Como nota, não conseguiu, mas impôs tal condição com um desespero que nem mesmo a pior das criaturas poderia negar. Confesso que minto novamente. O problema é justamente esse: não sou a pior das criaturas, mesmo que o planeje ser. Sou sensível, volátil, facilmente manipulável e ele sabia disso, por isso apelou. Maldito seja!, ouso amaldiçoá-lo. Sim, pois quanto mais próxima, fresca, toda esta situação ainda estiver, maiores são as chances de arrependimento. É claro que era essa sua intenção – mas eu ainda acredito em minha força e sei que posso lutar contra sua ideologia imbecil. Essa esperança foi, provavelmente, a única que restou em mim. (Mentiras, mentiras e mais mentiras! Sua tola esperançosa!, seja sincera ao menos uma vez na vida, eu quero que você fale a verdade na cara de todo mundo e diga o que pensa sem mentir, pois a única mentira que contará será sobre o que você sente toda noite quando está sozinha e ninguém está enganando esse coração molenga e traiçoeiro que agora você joga fora nessa cova mal feita e cheia de desespero. Eu quero que você grite, zombe, que você ria na cara dos outros e mostre que tudo o que eles acreditam é uma mentira, que amar é besteira, sofrimento é psicológico – amar é psicológico!  e ser feliz é uma ilusão criada por um conto de fadas mal escrito! Eu quero que você enxugue essas lágrimas e pare de sentir pena de si mesma, que você se projete para o mundo sem achar que precisa de um homem para ser feliz, sem se apaixonar pelo primeiro que disser que te acha linda só porque seus problemas de autoestima são tão gritantes que é possível sentir o cheiro em um raio de cinquenta quilômetros. Eu quero que você extrapole, que você corra riscos, que se jogue de cabeça sem pensar até desistir! Eu quero que você morra vivendo ao invés de viver morrendo, porque mais vale um coração de pedra com toda sua força do que uma manteiga derretida que só sabe deixar pedaços melecados nas mãos de quem o toca! Chega! Chega! Chega!)
Chega! Não tenho mais nada a lhe explicar, meu bem, porque não quero mais seu bem. Quem queria está agora jogado nesta cova no quintal de minha casa e assim que esses fantasmas me deixarem em paz, será como se ele jamais houvesse existido.
Então, por favor, vá para o inferno! E logo eu estarei melhor do que jamais estive. (Mentira?)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

PS: Despedaçar(-se)



‘Tô tão cansada desses altos e baixos. De que adianta olhar-me no espelho e achar-me bonita se quando sorrio não enxergo verdade nesse ato? Não tem felicidade; a euforia que me bate é como a de uma droga, feita para durar apenas algumas horas – por vezes, ela até alcança um ou dois dias após outras doses, mas quando vai embora deixa para trás um buraco ainda maior do que o que encontrara ao chegar. Como uma tampa pesada em um poço cujas paredes já estão apodrecidas por dentro, o preço a se pagar cresce a cada vez que ela se faz necessária: pode, momentaneamente, proteger das impurezas, mas quebrará o encaixe lentamente e a cada nova necessidade será preciso uma tampa ainda maior.
Honestamente, não sei o que procuro. Sinto-me como um errante, sem destino, e quando me ponho a divagar sobre tudo o que poderia ter acontecido desperto um monstro em mim do qual nem mesmo tinha noção da existência. Lembro-me dos caminhos que deixei de seguir por puro medo do desconhecido e pergunto-me e se? Lembro-me das pessoas de quem já gostei e jamais movi um dedo sequer para tentar algo mais, como se não me julgasse merecedora de ter meus sentimentos correspondidos. Às vezes, questiono-me até mesmo como seria me apaixonar, mas trato de espantar a dúvida porque ela parece ridícula até mesmo em minha mente. Talvez em tempos passados – tão remotos! –, mas hoje não passo de uma Fera às avessas; e “quem conseguiria amar uma Fera?”.
Eu tenho plena consciência dos poucos regalos que recebi ao longo dessa vida (sim, eu tenho!). Como não poderia, entretanto, faltar oposição após uma frase tão positiva, o meu “porém” é não conseguir mais me contentar com pouco – apenas porque é isso que tenho feito minha vida inteira. Vejo o quanto caminhei e parece até piada o pequeno monte de boas conquistas entulhado em um canto do quarto. Será sempre assim?, pergunto-me estarrecida. E talvez seja essa resposta que me motive a seguir em frente e me impeça de simplesmente desistir de vez. Porque a verdade mesmo é apenas esta: estou perdida.

Her feelings she hides 
Her dreams she can't find 
She's losing her mind 
She's fallen behind 
She can't find her place 
She's losing her faith
She's fallen from grace 
She's all over the place

quinta-feira, 3 de maio de 2012

PS.: Mau-olhado



Cala esta boca que fala, fala sem parar.
Segura este bico que não sabe a hora de silenciar.
Fecha esta mente que só quer espalhar
Aquilo que nem certo está para o outro desgraçar.
E nessa vida de incertezas
Não se sabe quem o mal quer
(Ou quem quer o bem, mas por fraqueza perde o caminho da certeza)
Nem mesmo se é só uma crença
Ou se olho gordo come até tua sentença.
Só... Cala esta boca.
Cala-te, por favor.
Guarda pra ti esta necessidade
De gabar-se pro mundo,
De exibir o que teu ainda não é.
Recolha tuas roupas de marca,
Guarda teu dinheiro recém-conquistado,
Esconde o amor que floresce,
Pois do pensamento dos outros não se conhece a verdadeira essência.
Duvida de tudo e espera
Que a espera no fim recompensa.
E sai com um sorriso no rosto,
Que teus olhos contarão por ti quem é, enfim, feliz.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

CH: Despedida



Seu sorriso era fundamental.
E os olhos! Com aquele preto tão profundo que desconectava o mundo ao meu redor toda vez que cometia o fatal erro de encará-los.
Havia também os cabelos macios — perfeitos para um afago carinhoso, os quais ele odiava e eu fazia por pura implicância.
E a pequena covinha... O colo que costumava ser meu travesseiro noite e dia... O nariz um pouco avantajado, o qual eu apontava como defeito, mas secretamente amava... O físico magro que ele trabalhava incessantemente para melhorar...
— Para de me analisar — pediu com um sorriso triste, que eu tratei de não registrar.
— Estou te guardando na minha mente — expliquei, tentando evitar que as lágrimas chegassem aos olhos.
— Pra quê? Se você me tem no seu coração?
Ele se aproximou, calmo como sempre, segurando em meu rosto com um carinho tão grande que, por um momento esqueci que nunca mais o veria.
— Não está me perdendo — prometeu mesmo reconhecendo a mentira deslavada que contava.
— Então por que sinto que estou?
Um último beijo. Um último abraço. Um último choque de corpos.
Afastou-se delicadamente, andando para trás cada vez mais, distanciando-se de costas conforme observava sua felicidade ficar para trás — conforme me observava ficar para trás.
— Vou te esperar.
Ele só sorriu.
Promessa infundada.
Ambos sabíamos que o fim era aquele. E, depois: um novo amor viria para colocar o nosso "para sempre" na caixinha de memórias e renovar nossa juventude.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

PS: Um sincero desabafo que nada tem a ver com amor e solidão (ou será que tem?)


Há, sim, um vazio. Não de outro alguém, porém: de mim. Há um vazio como se a real essência do meu eu houvesse ficado para trás com o passado. Esqueceu-se de caminhar ao meu lado. Há um vazio que incomoda. Se chacoalhar faz barulho, pois há um coração e só. E ele balança - jogado de um lado para o outro, sofrendo as dores que essa essência deveria amortecer. Ah! sim, como um plástico bolha.
As palavras fluem; ao menos elas resistiram aos obstáculos. De que adianta, no entanto, tê-las e não ter a vontade de pô-las em um papel? Ou tê-las somente, e não a experiência para transformá-las em algum bonito, legível, quiçá tocante?
Ah! e a paixão. Uma vez disseram-me: "pareces que sofre de amor", mas não é sofrimento de amor, não; é desamor. É falta de tudo, de sentir, de tocar, até de sofrer e fazer as pazes em seguida. Só não sei se "falta" é a palavra certa. Há como sentir saudade daquilo que nunca teve?
E a escrita parece sempre pecar com essa inexperiência. Pois posso transcrever o que vejo, mas jamais transmitir com clareza aquilo que nunca tive a oportunidade de provar. Minha base são os livros. E, nem mesmo eles têm conseguido me salvar. Deve ser meu coração impedindo aquela ânsia do conhecer para evitar sofrer. O coitado já tem tantas cicatrizes que provavelmente não aguenta mais. Mas a dor é minha companheira. Senti-la é saber que ainda vivo, apesar dos apesares.
Assim vou levando. E levantando. Caminhando para o nada, torcendo para estar no caminho certo. Vai ver eu acho o retorno e encontro aqueles sentimentos perdidos no caminho. Vai ver eu sigo em frente e conheço novos. Vai saber...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

CH: Discussões e mar




Deixou a água tocar-lhe os pés, depois cobrir os tornozelos até chegar ao joelho. Pensou que cairia com a força da correnteza, mas a onda já se recolhia para uma nova rodada após apenas um piscar de olhos. A temperatura do oceano contrastava com o vento gelado que abatia seu corpo molhado, causando arrepios involuntários, eriçando os pelos claros, enregelando o coração. Coração sempre tão quente, tão vivo agora se despedaçava a beira mar.
— Que mania insuportável essa sua, de fugir durante as discussões.
A voz de sua (já não mais tão sua) Anita vinha de longe, mas era clara como os ocasionais relâmpagos que repartiam o céu.
— Pensei que amasse todas as minhas manias. Mas parece-me que amor já não é mais suficiente para ti.
— E desde quando amor é suficiente? E desde quando ele não é? Por que foge quando tento te explicar, quando tento te convencer que sua insegurança é infundada?
— Porque sei que ela não é.
Virou-se a contragosto, os braços ainda cruzados no peito em um semblante sério e doloroso. Sentia que a perdi a cada palavra dita — isto é, se já não a perdera completamente para o país do outro lado do oceano. Não conseguia, porém, obrigar-se a parar. Estar na defensiva era seu modo de se proteger da dor. Piada! Não conseguiria fugir da dor nem com altas doses de morfina.
— Claro que é! — Aproximou-se com a expressão em súplica, desesperada por aceitação. — Meu querido, ouça-me, é tudo que lhe peço.
— Tenho escolha?
Ignorou-o.
— Desde que me conheceu, sempre soube meu amor pelas artes. Lutei, tentei, me joguei de cabeça. E meu esforço está sendo recompensado. Mas tenho você agora, e que escolha mais complicada tinha a fazer! — Tinha? — Pois decidi, afinal, que de nada me servem as artes, sem amor. E de nada me serve amor, sem as artes. Portanto, te peço, te imploro: por favor... Venha comigo.

domingo, 15 de abril de 2012

PS: O pouco que sobrou



"Eu cansei de ser assimNão posso mais levarSe tudo é tão ruim por onde eu devo ir?"
O problema é sonhar demais. Deitar na cama e encarar o teto enquanto cria realidades alternativas. De vez em quando, elas são como contos de fadas. Logo, cansa-se da perfeição e tenta apenas moldar a realidade: você entra em cena, recriada à maneira que sempre quis ser em seu interior – mais mulher, mais confiante, mais sensual, mais inteligente; sabe sempre o que falar e não deixa a insegurança tomar-lhe conta. Atrai olhares (sabe que são para você), está rodeada por amigos (daqueles que nunca te deixam sozinha quando você menos precisa) e caminha diretamente para o cara dos seus sonhos (o mocinho dos contos tornou-se um “bad boy”), sem nem se preocupar com o que ele possa estar pensando de você (porque, na verdade, você sabe que ele não está nem mesmo conseguindo pensar). Às vezes, não tem nem príncipe encantado nem desencantado. É só você, satisfeita com sua vida, sem se preocupar se está sozinha. É você realizando seu sonho – viajando pelo mundo, casa fixa em Londres, escritora renomada.


"A vida vai seguir, Ninguém vai repararAqui nesse lugar eu acho que acabou,Mas vou cantar Pra não cair fingindo ser Alguém que vive assimDe bem"

Você sonha. E sonha. E sonha. E aproveita cada mísero momento para imaginar, perguntando-se se um dia qualquer um daqueles planos realmente acontecerá. Então alguém te acorda e você sorri, já acostumada a mascarar o desejo de vida, e diz que está tudo bem.

"Eu não sei por onde fuiSó resta eu me entregarCansei de procurar o pouco que sobrouEu tinha algum amorEu era bem melhorMas tudo deu um nóE a vida se perdeu"

Está tudo bem? Será que está realmente? Ou será que a ânsia de mudar se tornou tão insuportável que sua maior vontade é partir pra qualquer lugar onde você possa se reinventar?

"Se existe Deus em agoniaManda essa cavalaria que hoje a fé me abandonou"

domingo, 8 de abril de 2012

PS: Nessa linha tênue entre sonhos e realidade



Ah! Que vontade de conversar, saber da tua vida e até dos teus amores passados. Aqueles que vez ou outra ainda te atormentam, provocam súbitas dores que ainda há pouco pareciam adormecidas. Entristecer-me com teu sofrimento, acalentar-te e fazer-te sorrir.
Vontade de acariciar teu peito enquanto contas uma de tuas baboseiras intelectuais, as quais eu acho fascinante e me deixam ainda mais encantada por ti. Admirar teu rosto enquanto falas, perdendo-me em teus traços, admirada com tanta beleza. Essa beleza diferente, nem sempre apreciada, que, porém, conquistou todo o meu ser.
Vontade do teu corpo perto do meu, envolvendo-me como um embrulho de vidro, cuidadoso e carinhoso como és, só pra poder sentir teu calor, teu cheiro, teu sabor. Só pra ter certeza de que ainda estás comigo e não me deixarás.
Vontade de te dizer qualquer tolice e ouvir tua risada de deboche enquanto me enrubesço, afogada em vergonha por sofrer tamanha humilhação perto de ti. E tu rirás ainda mais ao perceber meu estado e puxar-me-ás para mais perto, abraçando-me desta vez como se fosse uma boneca de pano, bruto e zombeteiro, só para me presentear em seguida com um de teus beijos de tirar o fôlego.
Vontade de fazer amor a noite inteira, em todos os cantos de tua casa, e estar acordada às cinco da manhã, observando o sol se despontar no horizonte, iluminando-te de maneira tão linda que superarias qualquer anjo.
Vontade de adormecer ao teu lado e não te perder de vista nem mesmo em meus sonhos. E, ao acordar, te encontrar me observando, encantado do mesmo jeito que me sinto por ti.
Ah! Que vontade de sonhos, de sorrisos, de ser feliz. Que vontade de uma nova realidade... E de você, aqui, para que nosso amor não seja imortal, somente eterno enquanto durar – e assim mesmo clichê, normal, para sermos como qualquer outro casal e únicos a nossa própria maneira.

quinta-feira, 29 de março de 2012

CH: E de sobremesa: feminismo



Fora um bom jantar.
A conversa fluíra naturalmente, não houvera espaços de silêncio entre um assunto e outro, o homem aparentava ser interessante e bem instruído. Professor de ensino médio, separado, pai de uma menina. Tudo parecia caminhar para o fim de encontro ideal.
E, então, eles pediram a conta.
“Eu pago.”
A mulher encarou-o, meneando a cabeça em forma de negação. Não era irritação que lhe tomava o corpo, pois dessa fase já passara há muito tempo – lá para depois de uma dezena de encontros. Estava sinceramente desapontada.
“Não precisa, a gente divide”, tentou inutilmente salvar a situação. Já sabia, porém, ser caso perdido, porque homens tendiam a entender essa frase como mera demonstração de educação.
Não era.
“Que isso. Eu faço questão”, declarou, galanteador, já mexendo na carteira para fazer o trabalho sujo.
“Você esteve aqui hoje? Nesse mesmo encontro que eu?” Ele parou o que fazia, estranhando a pergunta. Seu cenho se franziu enquanto a olhava, pronto para perguntar do que diabos ela falava. “Você ouviu uma palavra do que eu disse? Aliás, você realmente concordou com as palavras que eu disse? Não! Nem precisa responder. Sua atitude já demonstra que você absorveu apenas o que queria.”
O homem abriu a boca, atônito, considerando a possibilidade de a mulher ser louca.
“Do que voc...?”
“Olha, querido, você é um cara legal e provavelmente se daria muito bem com a maioria das mulheres. Só que eu não sou como a maioria das mulheres. ‘Ah, que frase clichê!’ alguns diriam, mas eu não falo isso porque me acho muito mais interessante e bonita do que a maioria. Se você tivesse realmente ouvido tudo o que falei esta noite, você já teria entendido por que estou agindo feito louca. O problema é que eu estou cansada de banalizarem o feminismo, de utilizarem dele apenas o que lhe serve e jogar fora o resto. ‘Queremos igualdade de direitos!’ ‘Mulheres merecem ser tratadas iguais aos homens!’ Aí essa mesma feminista que fala isso, vai num encontro mais tarde e deixa o cara pagar a conta toda. Faça mil favores! Pra que pedir salários iguais, então, se no final das contas é ela quem sai ganhando? Quer receber dinheiro e deixar os outros pagarem pelo seu lazer? Daqui a pouco os homens vão à falência e vai ser criado o ‘Bolsa Encontros’ só para vocês conseguirem nos bancar. De certa forma, eu até entendo que você não tenha cogitado a possibilidade de eu ser uma feminista de verdade, apesar de estas estarem quase extintas no Brasil, e eu sinto muitíssimo mesmo por estar dando este surto. Eu só estou extremamente cansada de insistir em ajudar a pagar a conta e vocês olharem para mim como se eu fosse uma bonequinha de porcelana. Eu trabalho, eu ganho meu próprio dinheiro, eu me sustento e eu sou independente. Não dependo de pais, família, amigos E MUITO MENOS DE HOMEM! Então, pelo amor de Deus, dá próxima vez, ouça o que a mulher a sua frente está falando em vez de filtrar apenas o que te interessa.”
O silêncio que se estendeu foi longo, longuíssimo. O restaurante inteiro parara para o discurso interminável. Era possível ouvir-se o tique-taque do relógio, o choque de copos pousando nas mesas, o zumbido dos mosquitos que voavam pelo ambiente. Nenhuma palavra foi dita por um minuto inteiro. E, quando o homem falou, foi com um fiapo de voz.
“Eu só estava tentando ser cavalheiro”.
E com um bufar irritado, a mulher jogou uma nota à mesa, o guardanapo na cadeira e foi embora zangada, perguntando-se se não deveria virar machista e explorá-los até o último centavo ou simplesmente comprar um aparelho de ouvido para seu próximo encontro.
Se as coisas continuassem daquela maneira, ela acabaria ficando para titia.
Que desperdício!

quarta-feira, 28 de março de 2012

CH: Solidão



A noite não era estrelada. Escuridão pura, sem nem mesmo a lua para iluminar. Eclipse total. Patrícia inspirou fundo o cheiro da solidão. Solidão pútrida, e agradável. A brisa gélida bateu em seu rosto fazendo-a lembrar-se dos meses dolorosos trancafiada na casa que deveria ser seu lar. Lar esse que lhe providenciara mais sofrimento do que felicidade.
Lembrou-se da mãe caindo pelos cantos, o cheiro da bebida terrivelmente insuportável. Lembrou-se do padrasto, homem inescrupuloso, miserável. Lembrou-se da vida hedionda que levava até o tão esperado dia. Ela não conseguira nem mesmo esperá-lo chegar oficialmente. Arrumara as malas e à meia-noite de seu próprio aniversário de dezoito anos já se encontrava naquela solidão amigável.
“Bem vinda à liberdade”, ela diria.
Quando amanheceu, Patrícia seguiu até a lojinha da praça. Guardara dinheiro de bicos e trabalhos durante anos para aquele dia e, desde sempre, soubera o que faria primeiro quando tudo acontecesse.
Tatuou sua liberdade. A pequena borboleta em preto-e-branco no início de sua nuca indicava que agora era livre. Só, porém feliz. Liberta de todo o mal que tivera que enfrentar a vida inteira.
Respirou lentamente, observando o céu negro. Sentiu que podia voar para dentro daquela imensidão obscura – como fora sua vida até então. E esperar pelo nascer do sol, pelo calor que aqueceria sua pele, pelo sorriso que seria pregado em seu rosto, pela felicidade que sonhara praticamente desde que nascera e pela cor que a liberdade pintaria em seu novo mundo.

domingo, 25 de março de 2012

CH: O sorriso do tormento



Meu olhar estava grudado no telefone. Gotas de água salgada lavavam meu rosto, escorriam por minha boca e trilhavam seu caminho sem importar a direção. Porém, o olhar ainda estava no telefone. Como se apenas minha força de vontade fosse capaz de fazê-lo tocar (era isso mesmo que eu queria? Ou era eu quem queria usá-lo? Pra falar o quê? Pra ligar pra quem? Já nem sei mais). O relógio me encarava à espera, sorria debochado para mim.
“Ela nunca ligará”. Eu deveria?
Peguei o fone.
“E agora?”, perguntei-lhe tolamente.
“Não há ninguém”.
E chorei de novo.
As lembranças vieram em flashes, relembrando-me da minha dor – necessidade, angústia e aflição. Era um mar de desilusão. Adentrando cada poro de minha pele. Inundando cada vaso sanguíneo, encharcando órgãos, mas murchando coração. As lágrimas, entretanto, apenas continuavam vindo.
Meu corpo tombou languidamente na cama e, quase que instantaneamente, o grito da minha solidão reverberou pelo quarto, acordando cada mísero objeto do cômodo. E riram. As imagens rodopiavam em meu campo de visão. Gargalhadas e deboches. Deboches e gargalhadas. E o sorriso.
O sorriso me marcou.
Era zombeteiro e astuto, como o gato de Cheshire. Pronto para dar o bote. Pronto para me atormentar com o motivo real do meu desengano. Era o telefone que vinha em minha direção. Gargalhava, debochava e sorria. Sorria, debochava e gargalhava. E vinha. E vinha. E vinha...

Acordei assustada. As gotas em meu rosto eram apenas de suor. O quarto estava inundado com as cores da aurora – estático. Meu olhar seguiu, imediatamente após, ao telefone. E eu o tomei em mãos sem medo, discando o número já decorado.
“Oi.” Meu suspiro de alívio foi descomunal. “Aconteceu alguma coisa?”
“Apenas fantasmas do passado.” Pausei. “Só precisava ouvir sua voz para afugentá-los”.

sábado, 24 de março de 2012

CH: Inverno


 

Ela ainda podia ver seu sorriso. Contagiante. Lindo, lindo. Tudo nele era a prova viva de que a perfeição realmente existia. Pegava-se admirando constantemente aqueles traços tão bem desenhados, seus fios de cabelos sempre desarrumados, o perfume que impregnava sua mente.
Achara que finalmente tinha alcançado a felicidade. Ele era o certo!, afirmava com convicção. Quando ele aparecia, era como se o verão tivesse chegado. O sol abria-se, não havia nuvens negras no céu. Sua vida tornara-se num clichê tolo e delicioso. O conto de fadas não a irritava mais como costumava. Ela era a gata borralheira e ele, seu príncipe encantado.
Apertou os olhos ao que a dor atingia seu coração com mais força. O frio que assolava seu corpo e mente era tamanho que ela desejou por um momento que ele estivesse lá novamente. Ele faria o inverno ir embora. Varreria a neve do seu quintal e ela poderia ouvir novamente os passarinhos cantando.
Mas ele nunca voltaria. Ela o mandara embora, expulsara-o de sua vida quando descobriu que a perfeição não existe. Quando descobriu que tudo o que planejara para seu futuro fora despedaçado.
Mais um cara. Mais um idiota. Mais uma desilusão.
Ela não poderia ligar menos para os flocos de neve que caiam vagarosamente em cada membro seu. O mais importante deles já se afundara num terreno gelado. Apertou os olhos novamente, desejando que pudesse fazer desaparecer a visão de seu coração, pulsante e vermelho, sendo arrancado de seu peito e jogado ao chão como lixo. Jazeu solitário por apenas alguns segundos antes de congelar totalmente e ser quebrado pela ponta de um salto alto cor de sangue. Não fora assim, afinal, que ela se sentira?
Tentou inutilmente controlar a dor, recuperar sua felicidade. No fundo, sabia, no entanto, que nem o tempo seria capaz de juntar novamente os destroços de sua vida.

sexta-feira, 23 de março de 2012

PS: Sorrisos vazios




Histórias me são contadas. Vidas são vividas. E eu aqui, sentada, esperando. Forço um grande sorriso e finjo que tudo está bem - quando, no fundo, a dor é lancinante. Sinto como se houvesse um grande buraco em meu coração, de onde um pedaço foi arrancado há tanto tempo que eu nem mesmo me lembro de quem deveria sentir falta. Há alguém? Deveria haver? Porque sinto esse vazio em mim, mas quando tento lembrar não há lembrança alguma. Queria sentir algo. Qualquer coisa. Amor ou ódio ou saudade ou decepção. Queria acreditar que, em algum momento, meus sorrisos foram verdadeiros e a minha dor foi consequência de um antigo instante feliz. Mas estou vazia como uma folha de papel jamais preenchida. Escondo minhas lágrimas para confortar alguém, quem quer que seja - que tem muito mais a contar do que eu. Dizem que todos nós temos um propósito na vida, mas qual seria o meu? Porque nessa vida de horas vazias, não vejo nenhuma outra serventia para mim exceto tapar buracos. Mas o meu próprio continua lá. Intacto. Fundo como a cova que espera minha oca vida.

quinta-feira, 22 de março de 2012

PS: Cicatrizes


Depois de um tempo você se acostuma… A não falar, a não confiar, a não viver. De fato, esse se tornou o lema da minha vida: não viver pra não sofrer. Tudo o que eu guardei durante esses anos foi se acumulando sem eu nem mesmo perceber. Mas a dor que eu tão piamente acreditara ter enxotado da minha vida durante as intermináveis sessões de choro diárias resolvera me atormentar novamente. E os momentos de tristeza iam e voltavam, como machucados leves em cima de uma antiga lesão, cortando apenas o suficiente para anunciar sua permanente presença. E eu não ouvi. Ou fingi não ouvir. Até que a camada de proteção que meu próprio corpo fizera sobre o machucado rompeu-se de maneira tão bruta que a dor foi ainda mais intensa e excruciante do que da primeira vez. E mesmo querendo me livrar, me libertar de tudo aquilo que mantinha meu sofrimento, já era tarde demais para querer voltar atrás. Minha boca se cala quando me perguntam, minhas lágrimas se retêm em meio à multidão – apenas para que, no final do dia, eu volte a sofrer sozinha e sem ninguém, como sempre achei melhor.
Talvez realmente seja. Talvez a dor da decepção, a sensação de ser ignorada e perceber-se sem importância seja muito pior do que a verdadeira dor.
E com isso vou levando.

Um dia passa.

quarta-feira, 21 de março de 2012

CH: Entre sonhos e realidade



Sua boca próxima à minha. Seu corpo colado ao meu. Um vai-e-vem agonizante na qual seus lábios jamais ultrapassavam a linha tênue que separava nossas peles. Queria esticar os braços e tocá-lo, fazê-lo se arrepender das provocações, mas era como se estivesse presa àquela cama, sem conseguir me mover.
Ergui a cabeça, em uma tentativa frustrada de beijar aquela boca perniciosa na qual eu tantas vezes antes me perdera. Era quase como se o Diabo fosse dono dela, pois jamais a tocara sem sentir desejos que Deus desaprovaria.
E ele se afastou novamente antes que eu tivesse a chance de quebrar aquela distância. Urrei de raiva, vendo-o soltar uma gargalhada prazerosa que arrepiou até o último pêlo da minha nuca. Queria que ele parasse de brincar comigo e acabasse com a tortura quase violenta a que me submetera. Queria o embate dos nosso corpos, o calor da sua pele, a habilidade de suas mãos, o prazer que só ele sabia me dar. Tornara-me uma viciada, dependendo de cada mínima parte daquele ser irresistivelmente desejável.
Arfei quando ele voltou a se aproximar, dessa vez, realmente encostando nossas peles, pouco a pouco, começando pelas pernas, pressionando seu sexo sobre o meu até que nossos lábios estivesse a milímetros de distância.
Fechei os olhos. Mas nada me tocou.
— Hora de acordar, pequena.
Eu os abri novamente, de súbito, e lá estava meu quarto, vazio; nem sinal dele.
Fora um sonho — ou um pesadelo. Eu não saberia dizer.
Afundei-me na cama sempre tão macia, mas que agora parecia debochar de mim, rindo da minha solidão.
Olhei para o calendário na cabeceira, percebendo que fazia exatamente uma semana desde a última vez que o vira. E mesmo que ainda faltasse uma eternidade para nosso reencontro, eu sabia que, na próxima noite, ele estaria comigo novamente.
E, dessa vez, sonho ou não, ele não me escaparia. 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dez coisas que marcaram meu 2011


Antes de tudo, gente, queria pedir desculpas pela quase-uma-semana de demora para fazer um novo post. É que eu andei meio indisposta, no final de semana tive febre e não pude descansar porque tive a festa de 18 anos da minha melhor amiga ft. colação de grau no dia seguinte... Aí, já viram, né?
Pra recomeçar com um post leve, peguei a listinha que a Agnes, do blog Garotas do Século XXI, me indicou há umas duas semanas atrás sobre as 10 coisas que marcaram o meu ano de 2011.










1. Fazer parte da equipe do Depois dos Quinze.
2. Cantar na Fête de La Musique.
3. Terminar meu livro (e ainda completar 30 mil comentários no tópico do Orkut).
4. Ir ao show do McFLY.
5. Ir ao show do Paramore.
6. Fazer 18 anos ft. entrar na minha primeira festa para maiores de 18.
7. Minhas festas de formatura.
8. Meus seriados (<3).
9. Meus amigos (<3).
10. Minha família linda (<3).


Tenho que indicar 10 blogs pra fazer a listinha, mas infelizmente conheço poucos ainda. =[ Vou só indicar dois, mas quem quiser fazer como indicação, sinta-se à vontade, rs.


1. http://mauraparvatis.blogspot.com/
2. http://17ezesseteinvernos.blogspot.com/

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

LF: Tapete vermelho e vestidos divinos

Já que entramos no assunto Oscar 2012, que tal mudarmos apenas o foco? Aqui vai a minha lista dos 7 melhores vestidos da noite.

7. Michelle Williams
Sou meio suspeita para falar, pois acho a Michelle Williams mais do que diva, mas o vestido Louis Vuitton dela era incroyable. Combinou perfeitamente com a atriz.


6. Gwyneth Paltrow
Simples e clean. É isso que, para mim, traduz o vestido de Tom Ford escolhido por Paltrow. Só tenho uma coisa a dizer: roupa linda, modelo errada. Adoro a Gwyneth, mas o vestido não valorizou seu corpo, evidenciando a falta de curvas.


5. Kristen Wiig
Vou confessar que nem sabia quem ela era até a atriz aparecer no Oscar. Mas meu olhar foi, antes de tudo, para seu vestido. O J. Mendel escolhido por Kristen parece ter sido desenhado para uma princesa. Além do mais, eu acho o nude a cor perfeita para quem quer estar elegante, mas não extravagante.


4. Penélope Cruz
Ok, para tudo, Penelope! Linda, linda, linda, mil vezes linda. Usarei os mesmos elogios que usei pra Kristen: princesa, simples e elegante. Esse Giorgio Armani caiu como uma luva nela.


3. Meryl Streep
Só achei esse Lanvin meio exagerado... A Meryl não precisa usar dourado pra já parecer incrível. haha Brincadeira quanto ao exagerado. Vestido perfeito para a mulher mais elegante da noite. Não vi ainda A Dama de Ferro, mas ela com certeza mereceu a estatueta.


2. Natalie Portman
O vestido Dior da Natalie Portman vestiu tão bem na atriz que parecia quase uma extensão dela. Achei finíssimo e sua simplicidade combinou com a naturalidade e tranquilidade com que ela se apresentou ao evento.


1. Angelina Jolie
Ainda preciso comentar? Não só Angelina foi a mulher mais elegante da festa, como também tem uma presença impressionante. E que vestido de tirar o fôlego! Esse Versace me fez pensar, assim que a vi: "se eu fosse lésbica, iria querer casar com essa mulher". A única coisa que me deixou triste foram essas duas varetas nas laterais do corpo dela. Concordo totalmente com o TMZ: Angelia Jolie precisa desesperadamente de um cheeseburger.


Qual foi o preferido de vocês?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

DC: Meia-Noite em Paris

Oscar, Oscar, Oscar. Era tudo que eu lia ontem nas redes sociais! Não é para menos: o evento foi incrível! Eu mesma sentei no sofá e só me levantava para vibrar no Facebook as vitórias de O Artista. Tentei até apostar com minha amiga quem se sairia melhor: o filme em 3D, Hugo, ou o francês vitorioso da noite... No final das contas, empatamos (tudo bem que, para o Oscar de Melhor Filme, eu deveria ganhar uns cinco pontos)! Além disso, as apresentações foram divinas, o show do Cirque de Soleil me deixou babando e os vestidos das atrizes mais lindas do cinema colocaram meu queixo lá no chão.
Mas com tanto falatório sobre a modernidade de Hugo, Jean Dujardin sendo o primeiro ator francês a ganhar o Oscar de Melhor Ator e todo o resto, a vitória de um filme incrível passou um pouco despercebida.


O filme, Meia-Noite em Paris, que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, não poderia merecer categoria mais apropriada. Contando com a incrível atuação de Rachel McAdams e Owen Wilson, o filme é uma verdadeira viagem no tempo:

Gil Pendler (Owen Wilson) é um roteirista hollywoodiano frustrado com sua profissão. Sua maior vontade é entrar no mundo da literatura e morar em Paris. Esse desejo é aflorado quando viaja para a capital francesa com sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e os pais da mulher. Ao contrário do companheiro, porém, Inez ama Hollywood e todos os benefícios que provém de sua posição.

Em uma noite, perambulando pela cidade-luz, Gil encontra um portal para a década que sempre admirou e na qual sonhou ter nascido: os anos 1920. É então que ele conhece célebres artistas da história da França, como Salvador Dalí (Adrien Brody, de O Pianista), Scott (Tom Hiddleston) e Zelda Fitzgerald (Alison Pill, de Confissões de Uma Adolescente em Crise), Gertrude Stein (Kathy Bates, da série Harry's Law) e ainda Hemingway, Henri Matisse e Picasso.

É graças a este último que Gil conhece Adriana (Marion Cotillard), a musa de Picasso, por quem tem uma fantasia romântica e o faz repensar seu noivado com Inez.

O filme é bem divertido, leve, com várias doses de humor, além de citações históricas e um cenário e um figurino tão maravilhosos que te conduzem nessa viagem do tempo juntamente com Gil. E, considerando-se que meus amigos e eu chegamos atrasados no cinema para comprar o ingresso e sentamo-nos na primeira fileira da sala, tendo que quase deitar para assistir a tela, se o filme não valesse realmente à pena, eu não gostaria nem de me lembrar dele...

Minha nota: 10

sábado, 25 de fevereiro de 2012

PS: Ah! Se arrependimento matasse...



Como uma faca no peito, dói a consciência... De pensar em tudo o que poderia ser feito - e não foi.  Sim, sim, feriu também aquela vez que fiz e errei. Mas "pelo menos tentei", posso dizer afinal. De que adianta, pois, a vida, se esperamos sentados a oportunidade cair do céu e não corremos atrás apenas à espera de um sinal? Que sinal? Sinal de quê? Sinal de Deus? Sinal do Universo? Dizendo que já podemos arriscar? Que já podemos sair do casulo que nos separa do real significado da vida? Não quero. Não, não, não, já disse! Prefiro me arriscar, me jogar, me doar. Se machucar, que machuque pelos erros, não pela falta deles! Pois, que é a vida se não feita de agulhas em um palheiro? Depois de tantos erros, bate até a felicidade de ter acertado. A graça mesmo é a euforia de conquistar - a expectativa. Grandes esperanças.
"Em uma palavra, eu fui extremamente covarde para fazer o que sabia ser o certo, e também para evitar fazer o que eu sabia ser errado". Covardia - o terror dos que tentam. Dos que querem. Dos que vivem. Terror meu - de fazer, de conseguir, de ser feliz! Saia de mim, deixe-me arriscar! Nadar, nadarei. Mesmo que no final, praia não haja. Imagine só! Nadar e chegar a lugar nenhuma. Ilha de montanhas que não me deixam subir. Ah! Se arrependimento matasse... Ah! Se não errar também ensinasse... Que se dane. Aprenderei a escalar. Preferes o quê? Imaginar o que poderia ter sido (que tristeza!) ou tentar até morrer?