domingo, 15 de abril de 2012

PS: O pouco que sobrou



"Eu cansei de ser assimNão posso mais levarSe tudo é tão ruim por onde eu devo ir?"
O problema é sonhar demais. Deitar na cama e encarar o teto enquanto cria realidades alternativas. De vez em quando, elas são como contos de fadas. Logo, cansa-se da perfeição e tenta apenas moldar a realidade: você entra em cena, recriada à maneira que sempre quis ser em seu interior – mais mulher, mais confiante, mais sensual, mais inteligente; sabe sempre o que falar e não deixa a insegurança tomar-lhe conta. Atrai olhares (sabe que são para você), está rodeada por amigos (daqueles que nunca te deixam sozinha quando você menos precisa) e caminha diretamente para o cara dos seus sonhos (o mocinho dos contos tornou-se um “bad boy”), sem nem se preocupar com o que ele possa estar pensando de você (porque, na verdade, você sabe que ele não está nem mesmo conseguindo pensar). Às vezes, não tem nem príncipe encantado nem desencantado. É só você, satisfeita com sua vida, sem se preocupar se está sozinha. É você realizando seu sonho – viajando pelo mundo, casa fixa em Londres, escritora renomada.


"A vida vai seguir, Ninguém vai repararAqui nesse lugar eu acho que acabou,Mas vou cantar Pra não cair fingindo ser Alguém que vive assimDe bem"

Você sonha. E sonha. E sonha. E aproveita cada mísero momento para imaginar, perguntando-se se um dia qualquer um daqueles planos realmente acontecerá. Então alguém te acorda e você sorri, já acostumada a mascarar o desejo de vida, e diz que está tudo bem.

"Eu não sei por onde fuiSó resta eu me entregarCansei de procurar o pouco que sobrouEu tinha algum amorEu era bem melhorMas tudo deu um nóE a vida se perdeu"

Está tudo bem? Será que está realmente? Ou será que a ânsia de mudar se tornou tão insuportável que sua maior vontade é partir pra qualquer lugar onde você possa se reinventar?

"Se existe Deus em agoniaManda essa cavalaria que hoje a fé me abandonou"

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